Perspetivas Económicas Regionais

As Américas

Outubro de 2025

Enfrentar um ambiente global em transformação

O crescimento na América Latina e no Caribe deve permanecer estável em 2025 e moderar-se ligeiramente no próximo ano. A convergência da inflação para as metas continua, embora a um ritmo mais lento. O aumento contínuo da dívida pública salienta a necessidade de consolidação fiscal.

Embora reformas anteriores tenham assegurado a estabilidade dos preços e ajudado a ancorar as expectativas de inflação, reduzir a dívida pública e melhorar as posturas fiscais podem ajudar a política monetária a alcançar as metas de inflação.

Abordar a baixa produtividade com reformas estruturais direcionadas é essencial para aumentar o dinamismo das empresas e impulsionar o crescimento.

Crescimento do PIB real

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  • Capítulos no Relatório

    Capítulo 1: Enfrentar um Ambiente Global em Transformação

    A economia global enfrenta grandes mudanças na política econômica e choques persistentes em meio a uma incerteza excepcionalmente alta. Nesse contexto, o crescimento na América Latina e no Caribe deve permanecer estável em 2025 e moderar-se ligeiramente no próximo ano, afetado por diferentes exposições ao comércio, remessas, commodities e mercados de capitais globais. O processo de desinflação continua, mas a convergência para as metas em alguns países deve levar mais tempo do que o previsto. O aumento sustentado da dívida pública salienta a necessidade de consolidação fiscal, que, por sua vez, apoiaria a implementação da política monetária. Quadros de políticas sólidos, sustentados pela independência do banco central e por uma política fiscal baseada em regras, são essenciais. Em meio a perspectivas de crescimento apagadas no longo prazo, reformas estruturais continuam sendo cruciais para impulsionar a produtividade, melhorar o ambiente de negócios e aproveitar as oportunidades para ampliar a integração comercial, até mesmo dentro da região.

    Capítulo 2: Promover o Crescimento por meio do Dinamismo das Empresas

    A baixa produtividade tem pesado sobre o crescimento da América Latina nas últimas décadas, em parte devido à persistência da má alocação de recursos e ao lento crescimento da produtividade entre as empresas, o que restringe a capacidade da região de fomentar o crescimento. Para enfrentar esses desafios, são necessárias reformas direcionadas aos principais atritos, como as regulamentações baseadas no tamanho, as restrições financeiras e a limitada concorrência nos mercados. As reformas bem-sucedidas em outras regiões servem de orientação valiosa para revigorar a produtividade e aumentar o dinamismo das empresas.

    Capítulo 3: Preservar Ganhos Arduamente Conquistados com a Política Monetária em Meio a Riscos Fiscais Persistentes

    No início dos anos 2000, os países da América Latina e do Caribe tinham alcançado a estabilidade de preços graças a reformas abrangentes que reforçaram a independência dos bancos centrais e fortaleceram os quadros de política monetária. Esses avanços ajudaram a ancorar as expectativas de inflação e possibilitaram uma transmissão monetária eficaz. Contudo, os quadros e políticas fiscais suscitam desafios, em especial associados a altos níveis de endividamento e de gastos com juros, o que pode amplificar o impacto fiscal da política monetária e dificultar sua transmissão. As evidências apresentadas neste capítulo mostram que a dívida pública baixa e uma postura fiscal apropriada ajudam a política monetária a atingir as metas de inflação. Mostram também que há espaço para melhorar ainda mais os quadros de política monetária. Para salvaguardar a estabilidade dos preços, os países da região precisam se concentrar em levar à frente a consolidação fiscal, melhorar os quadros de política fiscal e dar seguimento às reformas para fortalecer ainda mais a independência dos bancos centrais.