A guerra na Ucrânia está abalando a economia mundial e aumentando as incertezas sobre as perspectivas para a América Latina e o Caribe. Mesmo antes da guerra, a recuperação da região após a pandemia estava perdendo impulso, e em 2022 o crescimento está retornando a sua tendência anterior à pandemia, de cerca de 2,5%. A guerra representa um novo choque inflacionário para a região e as autoridades reagiram decisivamente com políticas monetárias mais restritivas e com medidas para amortecer o impacto da alta dos preços dos alimentos e da energia para os mais vulneráveis, mitigando assim os riscos de tensões sociais. O aumento das taxas de juros complica a gestão de níveis de dívida já elevados, e uma intensificação da guerra poderia tornar as condições financeiras na região ainda mais restritivas. Neste contexto, uma estratégia de consolidação fiscal inclusiva manteria o apoio aos mais vulneráveis e, em simultâneo, contribuiria para a recomposição das reservas.
A América Latina enfrenta um choque inflacionário após o outro
A inflação nas maiores economias da América Latina é a mais alta dos últimos 15 anos. A guerra na Ucrânia representa um novo choque inflacionário para a região. Estimamos que um choque combinado de 10 pontos percentuais nos preços do petróleo e dos alimentos elevaria a inflação em 1,1 ponto percentual.
A América Latina enfrenta riscos excepcionalmente altos
A guerra na Ucrânia e as condições financeiras mais restritivas são alguns dos riscos que pesam sobre as perspectivas de crescimento para a região. Após uma forte retomada no ano passado, o crescimento está retornando a sua tendência anterior à pandemia conforme as políticas se reorientam, e deve desacelerar para 2,5% em 2022.