Perspetivas Económicas Regionais África Subsariana

África Subsariana

Abril de 2025

Recuperação interrompida

Uma recuperação arduamente alcançada na África Subsariana foi abalada por acontecimentos recentes. A súbita alteração das perspetivas mundiais ensombrou as perspetivas de curto prazo para a região e tornou a formulação de políticas consideravelmente mais complexa. Após quatro anos de crise, as autoridades da África Subsariana enfrentavam o difícil desafio de garantir a estabilidade económica enquanto procuravam avançar com os objetivos de desenvolvimento de longo prazo, num ambiente de grandes expectativas sociais. Esta tarefa tornou-se ainda mais complexa devido a um novo choque, caracterizado por uma subida dos custos de financiamento a nível mundial, restrições adicionais ao financiamento externo, uma desaceleração da procura mundial, preços mais baixos para algumas matérias-primas e um aumento gradual da incerteza económica. A resiliência – ou seja, a capacidade de um país recuperar rapidamente de choques futuros – assume, atualmente, uma importância acrescida. Embora os progressos e a perseverança demonstrados pela região nos últimos anos sejam notáveis, serão necessários esforços continuados para apoiar a recuperação e melhorar a resiliência da região. Hoje, a prudência, a coerência e a credibilidade são mais importantes do que nunca.

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Tabela de projeções

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  • Notas Analíticas

    Inverter a tendência: Estabilização da dívida na África Subsariana

    A experiência do passado sugere que a estabilização da dívida na África Subsariana continua a ser exequível na maioria dos casos, apesar de os níveis de dívida pública e de a vulnerabilidade face à mesma serem elevados. Os países da região, ao longo das últimas décadas, foram muitas vezes capazes de consolidar (estabilizar ou reduzir) os seus rácios de endividamento sem recorrer à reestruturação da dívida pública. Muitos países fizeram-no recentemente, mesmo após o final do ciclo excecionalmente favorável das matérias-primas. Para estabilizar com êxito a dívida, são necessárias medidas de reforço das finanças públicas, bem como uma conjuntura macroeconómica sólida, instituições fortes e reformas estruturais favoráveis ao crescimento.

    Levados ao extremo: Fragilidade e conflito na África Subsariana

    Cerca de metade dos Estados frágeis e afetados por conflitos (EFC) do mundo situa-se na África Subsariana, onde instituições fracas, baixa coesão social, falhas da governação e instabilidade económica mantêm milhões de pessoas na pobreza. Alguns países conseguiram sair de situações de fragilidade extrema através da aplicação de políticas macroeconómicas robustas, da diversificação da economia e do reforço das instituições. No entanto, fazer com que estas reformas perdurem é um desafio num contexto marcado por crescimento errático, instabilidade política, exposição a catástrofes naturais e elevada dependência de recursos naturais — o que tende a agravar a vulnerabilidade face à volatilidade dos preços e a desafios da governação. Entretanto, a fraca mobilização de receita interna e a redução do apoio entravam ainda mais o desenvolvimento. Na ausência de reformas e de apoio internacional continuado, a fragilidade poderá exacerbar a instabilidade regional e as perturbações económicas, gerando repercussões a nível mundial.